02 dias com pernoite
A Rota Combu é uma jornada pelos sentidos da floresta viva, guiada pelas histórias de seus guardiões, onde cada parada é um capítulo que revela saberes, sabores, pertencimento e resistência.
A Ilha é um destino perfeito para quem busca equilíbrio entre natureza, cultura e gastronomia, numa imersão sensorial na identidade ribeirinha — um lugar onde a natureza é guia e princípio, onde a tradição se renova sem perder sua essência, e onde a sutileza tem um lugar especial. Este é um convite a viver experiências nas quais a sofisticação se traduz em memórias afetivas, cuidado e transformação. Aqui, o tempo desacelera e a autenticidade é nossa bússola.
Aqui os rios, furos e igarapés são os caminhos que conectam comunidades, ecossistemas delicados e histórias genuínas. Um lugar vivo, abundante e precioso, onde as conexões entre ser humano e natureza se fortalecem na convivência entre tradição e modernidade.
Te damos às boas vindas à Ilha do Combú, um território com alma.
DIA 1
Começaremos nossa jornada para a Ilha do Combú atravessando o majestoso Rio Guamá, Uma travessia de 15 minutos onde os tons da natureza começam a se revelar no trajeto que nos leva em direção à parte mais tranqüila da Ilha, o Igarapé Piriquitaquara. Enquanto vamos nos afastando do ambiente urbano e adentrando as “ruas” aquáticas do Combú, podemos observar as casas ribeirinhas que nos contemplam das margens em meio à vegetação, o movimento dos barcos que percorrem estes caminhos, a vida naturalmente fluindo neste ambiente onde terra e água tem suas fronteiras borradas. Ali poderemos observar as casinhas coloridas do Street River, pintadas por artistas paraenses, e a natureza que nos chama entre aningas e açaízeiros repletos de histórias.
Chegando à comunidade de Piriquitaquara, seremos recebidos por Charles e sua família e iremos conhecer o manejo tradicional do Açaí, fruto que é base da sustentação dos amazônidas e parte fundamental da cultura alimentar paraense. No Ygara vamos conhecer a vida ribeirinha e o cotidiano de uma família que nos ensina sobre a delicada relação entre o ser humano e a natureza. Vamos adentrar na mata e presenciar a habilidade e técnica necessárias para colheita dos frutos, e conhecer a história pessoal de uma relação com a Ilha marcada pela transição do manejo predatório da floresta para a valorização sustentável da cultura e biodiversidade local.
No retorno da trilha, teremos a oportunidade de participar do processamento do açaí e de sua degustação à moda paraense. Ao final da visita, seremos presenteados com o tradicional Banho de Cheiro feito com ervas amazônicas, para abrir os caminhos e perfumar nossa estada neste lugar tão especial da Amazônia Paraense.
Nosso caminho continua no Igarapé Piriquitaquara em direção a um restaurante ribeirinho para um revigorante banho de rio e almoço com as típicas iguarias da rica gastronomia local.
No restaurante seremos recebidos juntamente pelo proprietário, que abrirá as portas da sua casa para receber a todos com alegria e acolhimento. O cardápio, feito à base de peixes amazônicos e ingredientes tradicionais, fica por conta da chef da casa, que capricha nas delícias servidas aos visitantes. Enquanto aguardamos o preparo do almoço, o rio calmo nos convida a um banho refrescante que energiza e ao mesmo tempo relaxa. Depois, é só se abrir aos aromas e sabores da deliciosa refeição que nos espera.
Após o almoço, visitaremos a produção do “óleo dourado”, extraído da andiroba — uma árvore emblemática da Ilha do Combú. Lá vive e trabalha um grupo de mulheres da comunidade, fundadoras da Associação de Mulheres Extrativistas do Combu (AME).
O processo de manejo tradicional da andiroba, resgatado pela AME, envolve saberes ancestrais, força feminina e poder curativo, contribuindo para a bioeconomia local. Por meio da coletividade, essas mulheres aliam a geração de renda à preservação da espécie, promovendo o uso sustentável da planta e a produção de seus derivados, ricos em propriedades medicinais.
Na sede e loja da associação, elas compartilham conhecimentos transmitidos por gerações, apresentam seus produtos e nos convidam a confeccionar embalagens naturais utilizando folhas de cacau. Uma experiência que valoriza a sustentabilidade e o cuidado em cada etapa. E, claro, os produtos também estarão disponíveis para aquisição!
Deixaremos o Igarapé Piriquitaquara para fazer o check-in em nosso hotel a tempo de apreciar o entardecer à beira-rio. Poderemos observar o pôr-do-sol na Ilha, presenciando a mudança nas cores, sons e movimentação nesta transição do dia para a noite em um ambiente cercado por natureza. Uma recepção perfeita para relaxar e nos preparar para o jantar.
Seremos conduzidos até a Casa Kayré, onde uma celebração gastronômica nos aguarda. Este espaço, dedicado à cultura ribeirinha, une arte e sustentabilidade em uma experiência sensorial. O jantar será uma verdadeira imersão, despertando aromas, sabores, cores, texturas, sons e ritmos que revelam a riqueza da Amazônia paraense.
Será uma noite em que a gastronomia única do Combú promove o encontro entre tradição e contemporaneidade. As possibilidades são inúmeras: peixes das águas amazônicas, ervas tradicionais, frutas exóticas e diversas farinhas se transformam em iguarias memoráveis, capazes de estimular a imaginação e tocar o espírito.
É hora de relaxar, ouvindo os sons da floresta, contemplando o céu noturno estrelado ou, quem sabe, apreciando a grandiosa chuva amazônica sobre a mata. Deixe que a atmosfera noturna do Combú embale seu descanso e permita-se conectar com a essência da vida, que pulsa da floresta para dentro de nós.
Uma noite revigorante, propícia para despertar novas sensações.
DIA 2
Iniciaremos o segundo dia da Rota Combú degustando um típico café da manhã paraense. Saboreie com calma as delícias à mesa e deixe-se surpreender por sabores novos.
Se a maré estiver propícia, um banho matinal no rio ou um momento de contemplação na varanda serão o melhor despertar.
Após o check-out, sairemos rumo à primeira experiência do dia no Igarapé Combu, o mais conhecido da Ilha.
Percorremos o Igarapé Combu até o seu final, em um trajeto onde a vida ribeirinha segue o ritmo das marés e do cotidiano dos moradores locais. Nosso destino é a Casa Ateliê Biojóias do Combú, da artesã, artista visual e empreendedora ribeirinha Sílvia, que há cerca de 10 anos produz biojoias, sabonetes e produtos naturais.
Em seu ateliê, integrado à floresta, sementes, folhas, cipós e frutos de espécies amazônicas são manejados com cuidado e criatividade. Através de um processo artesanal, fios, sementes e fibras se transformam em colares, pulseiras, brincos e objetos decorativos. No quintal, ervas são colhidas para a produção de sabonetes naturais com propriedades terapêuticas — um trabalho sensível e sustentável que valoriza e preserva a biodiversidade local e é compartilhado em oficinas criativas.
Nesse espaço inspirador, iremos confeccionar uma peça especial para levar como lembrança, vivenciando na prática as possibilidades de transformar matéria-prima da floresta em arte.
No final da manhã seguiremos para o Eco Restaurante Saldosa Maloca, onde, além de saborear a tradicional cozinha ribeirinha, iremos conhecer práticas de sustentabilidade e bioeconomia no empreendimento pioneiro da Ilha do Combú.
A recepção e acolhida é realizada pela proprietária que há 40 anos mantém viva a tradição gastronômica ribeirinha iniciada por seus pais. Dona Prazeres harmoniza tradição e inovação ao introduzir práticas e soluções sustentáveis no empreendimento como por exemplo, na implantação de biodigestores para transformação de resíduos orgânicos em gás de cozinha. Toda essa experiência será apresentada na Vivência Alma Caboca, enquanto o almoço é preparado. Um banho de piscina antes de se sentar à mesa para o almoço pode ser o aperitivo perfeito… e depois, é só desejar: bom apetite!
Para fechar com chave e ouro a nossa jornada na Rota Combú, uma experiência de aprendizagem através de um mergulho nas possibilidades do genuíno cacau paraense: a Bioeconomia do Chocolate. A experiência acontece sob a condução de Dona Nena, produtora rural, empreendedora visionária e filha da ilha, que orgulhosamente batizou seu empreendimento: a Casa do Chocolate Filha do Combu. Reconhecida nacionalmente pelos chocolates que produz há 20 anos, Dona Nena é referência no setor de cacau e chocolate orgânico amazônico, premiada e parceira de chefes renomados da gastronomia paraense.
A atividade inclui uma trilha de conhecimentos e descobertas sobre o manejo do cacau, suas propriedades, e formas de produção com visita à fábrica, degustação e harmonização e produção do próprio chocolate.
Com essa vivência levaremos a energia do cacau nativo e a força transformadora do Combu no coração.
Nos despedimos da Ilha do Combú ao entardecer cruzando o rio Guamá de volta a Belém com a consciência da interdependência entre seres humanos e natureza e a certeza de que somos parte desta grande teia da biodiversidade. Levaremos na bagagem memórias, aprendizados e a responsabilidade de preservar a floresta e suas tradições.